Estudantes de Jornalismo Integrado V colocaram em prática rotinas jornalísticas no ambiente digital, explorando temas diversos com linguagem multimídia e compromisso social
Facundo Sagárnaga (@facundosagarnaga) e Giovanna Araújo (@giovannadaraujo)
A segunda edição de 2025 do Impressão Digital, desenvolvida pelos estudantes da disciplina Jornalismo Integrado V, marca um passo importante na formação de uma nova geração de jornalistas. Os trabalhos desta edição abraçam a diversidade de temas e de olhares, abordando assuntos que vão de cultura à educação, de tecnologia à inclusão social, passando por meio ambiente, comportamento e cotidiano.
Com suas reportagens, a turma constrói um panorama da cidade de Salvador que revela algumas das particularidades que a tornam vibrante e culturalmente rica. Ao mesmo tempo, evidenciam os desafios enfrentados na preservação das suas áreas verdes, espaços naturais e saberes ancestrais, na promoção de seus talentos e na adaptação à era digital, na acessibilidade à produção artística e cultural, mas sempre com destaque para a resiliência de sua população. Entre os fios condutores presentes nos textos, sobressaem a interseção entre tradição e modernidade, bem como o papel crucial das políticas públicas e da participação da cidadania.
As áreas verdes de Salvador são temas de reportagens que destacam os riscos que rondam sua preservação por conta da especulação imobiliária, assim como investigam o seu valor ambiental, espiritual e identitário. A tradição local marca presença em uma matéria sobre o 2 de Julho, data que celebra a Independência da Bahia e que, diferentemente do 7 de Setembro, é vivida com forte engajamento popular.
Temas como os desafios digitais enfrentados pela Geração Z, especialmente no campo educacional e profissional, também estão presentes. As reportagens revelam como a sobrecarga informacional e as pressões do desempenho em redes sociais afetam o bem-estar emocional de jovens baianos. Já o formato fotorreportagem aparece em ‘Montadas para viver: os bastidores da cena drag soteropolitana’, que contempla a vivência de duas drag queens na preparação para chegar aos palcos.
A importância do impulsionamento da cultura ainda surge em reportagens como ‘Produção literária independente se fortalece na Bahia’ e ‘Construindo uma Salvador culturalmente acessível’. Por outro lado, a relação entre tecnologia e trabalho é apresentada em textos como ‘Coworking em Salvador’, que aborda a forma que o crescimento do home office impulsionou a criação de espaços de coworking na cidade, especialmente após a pandemia. O crescimento da viticultura baiana nos últimos anos também ganhou destaque em texto que destaca a Bahia como a primeira e única região tropical produtora de vinho no mundo com IP geográfico.
A edição inclui, ainda, reportagem sobre a Bahia Filmes, primeira empresa pública de produção audiovisual do país que busca democratizar o acesso à produção cultural e consolidar a Bahia como referência nacional no setor. Na seção Entrevistas/Perfil, tem-se como destaque a arquiteta Rose Lima, diretora artística do Teatro Castro Alves, e sua trajetória de atuação voltada para a democratização da cultura em Salvador.
Desta vez, a Coluna do Egresso ficou por conta do jornalista Leonardo Lima. Integrante da turma 2018.1 de Jornalismo na FACOM | UFBA. Atualmente, Leonardo atua no mercado jornalístico de São Paulo. Para o profissional, a dica para os estudantes é permitir-se mudar de ideia e não temer novas oportunidades e modos de exercer a comunicação. “A comunicação é uma área quase infinita”, afirma Leonardo.
Essa pluralidade temática reflete o momento atual da comunicação, marcado por múltiplas vozes, formatos e urgências. O resultado desta edição do ID é um conjunto de reportagens que formam um mosaico multifacetado composto a partir do olhar de jovens em formação, atentos às contradições e possibilidades do presente.
As reportagens desta segunda e última edição do semestre 2025.1 foram realizadas pelas(os) estudantes a partir de afinidades temáticas, com liberdade para investigar questões de interesse público e relevância social. O processo de escolha das pautas foi colaborativo, debatido em sala de aula com a mediação das professoras Suzana Barbosa e Lívia Vieira, além do acompanhamento do tirocinista de doutorado Facundo Sagárnaga e da monitora Giovanna Araújo.
Além do conteúdo, os formatos também foram explorados com atenção. Durante o semestre, as(os) estudantes passaram por todas as etapas de produção jornalística, exercitando desde a definição das pautas e a apuração, até a edição e publicação digital. Elementos como hipertextualidade, interatividade e recursos multimídia foram incorporados às reportagens, com atenção especial à criação das micronarrativas para os perfis do ID nas mídias sociais.
Essa experiência permitiu vivenciar, na prática, a rotina de uma redação contemporânea. Com isso, reafirma o produto laboratorial como um espaço de experimentação e pensamento crítico. Os trabalhos aqui reunidos não apenas informam, mas também provocam, questionam e ampliam horizontes de compreensão.
Boa leitura!